Uma Pessoa Bem Resolvida

Muita gente quer aprender como ser uma pessoa bem resolvida, mas encontra apenas dicas superficiais. Ser bem resolvida não significa ter uma vida perfeita, livre de problemas ou conflitos. Pelo contrário: significa saber quem você é, o que deseja e como lida com os desafios do dia a dia sem perder sua essência.

Esse caminho exige coragem, autoconhecimento e prática. Afinal, ninguém nasce pronto para lidar com pressões externas, críticas ou frustrações.

O que é ser bem resolvida?

Ser bem resolvida não é sobre nunca falhar ou sempre ter respostas, mas sobre enfrentar problemas mantendo integridade e coerência. É um processo enriquecedor, que envolve reconhecer suas próprias vulnerabilidades, mas também confiar em sua força interior.

Carl Rogers, psicólogo humanista, chamou esse alinhamento entre o que sentimos e o que expressamos de congruência. Quando existe coerência entre o mundo interno e externo, vivemos com autenticidade. Esse alinhamento é o que nos permite ser transparentes conosco e com os outros, assim, sem precisar vestir máscaras para sermos aceitas.

A pesquisadora Brené Brown reforça que a vulnerabilidade representa coragem, e não fraqueza. Para ela, aceitar imperfeições e reconhecer limites fortalece quem busca viver com liberdade e propósito. Já Viktor Frankl, autor de Em Busca de Sentido, lembra que encontrar um propósito maior é o que dá resiliência diante das adversidades.

Portanto, ser uma pessoa bem resolvida não significa controlar tudo, mas encontrar clareza e firmeza mesmo em meio às incertezas.

1. Invista em autoconhecimento

O primeiro passo para ser bem resolvida é se conhecer profundamente. Assim, abrir caminho para decisões mais conscientes, alinhadas ao que você realmente deseja, e não ao que os outros esperam de você.

Práticas como terapia, escrita reflexiva, espiritualidade e até mesmo momentos de solitude ajudam nesse processo. Viktor Frankl afirmava que ter um propósito maior fortalece a capacidade de suportar dores e desafios.

👉 Dica prática: escreva diariamente sobre suas emoções. Ao reler seus registros, você identificará padrões de pensamento e comportamento que podem estar limitando sua liberdade.

2. Estabeleça limites claros

Muitas pessoas dizem “sim” quando querem dizer “não”. Esse comportamento, além de desgastante, mina a autoestima e reforça a dependência da aprovação externa.

Ser bem resolvida implica colocar limites saudáveis, entendendo que eles não são muros, mas proteções da própria energia. Pessoas que não respeitam seus limites não merecem ocupar tanto espaço em sua vida.

👉 Dica prática: ao receber um pedido, pergunte-se: “estou aceitando por vontade genuína ou por medo de decepcionar alguém?”

3. Aceite suas vulnerabilidades

Tentar parecer forte o tempo todo aumenta a sensação de inadequação. Em contrapartida, acolher suas vulnerabilidades permite crescer com mais leveza. Brené Brown lembra que a vulnerabilidade é o que cria conexões genuínas entre as pessoas.

Quando assumimos nossas imperfeições, abrimos espaço para sermos humanos, e não personagens. Essa sinceridade reduz a pressão de corresponder a padrões inalcançáveis.

👉 Dica prática: compartilhe algo íntimo com uma pessoa de confiança. Observe como, em vez de rejeição, você pode receber acolhimento e conexão.

4. Tome decisões com autonomia

Decidir com base no medo do julgamento bloqueia a autenticidade. Muitas vezes, a pessoa não escolhe o que quer, mas o que imagina que vai agradar aos outros. Esse caminho leva à frustração.

Tomar decisões conscientes é assumir responsabilidade pela própria vida. Isso significa escolher de acordo com seus valores, mesmo que não seja o caminho mais popular.

👉 Dica prática: diante de uma escolha importante, pergunte-se: “estou escolhendo por medo ou por desejo genuíno?”

5. Cultive relações saudáveis

Relacionamentos são espelhos que revelam muito sobre quem somos. Conexões baseadas apenas em dependência ou desequilíbrio drenam energia. Já, as relações recíprocas, baseadas em respeito e apoio, fortalecem.

Ser bem resolvida significa também ter coragem de se afastar de vínculos que não fazem bem. Isso não é frieza, mas cuidado consigo mesma.

👉 Dica prática: avalie se suas relações são equilibradas ou exaustivas. Pergunte-se: “essa conexão me fortalece ou me enfraquece?”

6. Desenvolva desapego e resiliência

Mudanças fazem parte da vida. Perdas, rupturas e incertezas são inevitáveis. A diferença está em como lidamos com elas. Pessoas bem resolvidas entendem que não podem controlar tudo, mas podem aprender com cada situação.

Eckhart Tolle, em O Poder do Agora, mostra que viver no presente reduz a ansiedade e amplia a serenidade. Resiliência é isso: recomeçar sempre que necessário, sem perder a fé no próprio caminho.

👉 Dica prática: pratique atenção plena. Dedique alguns minutos do seu dia para focar apenas na respiração, observando o ar entrar e sair. Essa simples prática ajuda a cultivar presença e clareza.

Um processo contínuo

Não existe fórmula mágica ou ponto de chegada. Isso é um processo contínuo de autodescoberta, coragem e prática, portanto, cada passo na direção da autenticidade fortalece a segurança interna.

Significa enfrentar conflitos com clareza, colocar limites, cultivar autoconhecimento, acolher vulnerabilidades e construir relações saudáveis. Significa também desenvolver resiliência e desapego, para viver com leveza e propósito. E, nesse caminho, cada escolha autêntica se torna um ato de coragem que transforma não apenas sua vida, mas também inspira quem está ao seu redor.

 

Veja também:

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Rolar para cima
Aviso de cookies do WordPress by Real Cookie Banner