EP8 – Mulheres que amam demais, A Bela e a Fera

No oitavo episódio da nossa série de resenhas do livro Mulheres que Amam Demais, de Robin Norwood, mergulhamos em um tema carregado de simbolismo: A Bela e a Fera.Esse conto de fadas, aparentemente inocente, representa uma fantasia emocional muito presente na vida de mulheres que amam demais: a crença de que o amor pode transformar alguém incapaz de amar em um companheiro dedicado e saudável. Mas será mesmo que o amor muda quem não deseja mudar?

O mito da transformação pelo amor

Primeiramente, é importante compreender por que tantas mulheres se identificam com a narrativa da Bela e a Fera. Desde cedo, aprendemos histórias que exaltam a paciência feminina como caminho para conquistar afeto. A mensagem implícita é clara: se você suportar, esperar e cuidar o suficiente, o “monstro” se tornará príncipe.

No entanto, como Norwood enfatiza, essa é uma ilusão perigosa. Homens emocionalmente indisponíveis ou destrutivos não se transformam porque alguém os ama muito. A mudança só acontece quando parte deles mesmos.

Portanto, a fantasia da Bela e a Fera aprisiona mulheres em relações onde o sofrimento é romantizado, e a esperança se torna um grilhão.

Exemplos trazidos por Robin

Robin Norwood compartilha histórias reais de mulheres que viveram essa dinâmica. Uma delas, Cleo, acreditava que seu companheiro, marcado por vícios e comportamentos agressivos, mudaria com o tempo graças ao cuidado dela. Embora houvesse momentos de ternura, as recaídas e a violência emocional sempre voltavam.

Outro caso descrito é o de uma mulher que se orgulhava de “aguentar firme” ao lado do parceiro alcoólatra. Ela repetia: “Ninguém o conhece como eu, só eu posso ajudá-lo”. Essa crença de ser a única capaz de salvá-lo dava sentido à sua vida, mas também a mantinha presa a um ciclo de dor.

Essas histórias ilustram como a esperança de transformação é usada como justificativa para permanecer em relações que, na prática, oferecem mais sofrimento do que amor.

Por que acreditamos nesse mito?

Além da cultura, Norwood mostra que existe uma base psicológica para essa crença. Muitas mulheres cresceram em lares instáveis, tentando conquistar afeto de pais ausentes, abusivos ou frios. Assim, aprendem a associar amor com esforço e a acreditar que precisam “ganhar” atenção.

Desse modo, quando adultas, projetam no parceiro o papel da Fera: alguém difícil, inacessível, que precisa ser salvo. Consequentemente, cada pequeno gesto positivo dele é interpretado como prova de que a transformação está próxima.

Por outro lado, esse ciclo gera exaustão e reforça a baixa autoestima, já que a mulher sempre sente que nunca fez o suficiente.

O preço da fantasia

O mito da Bela e a Fera parece romântico, mas cobra um preço alto. Em primeiro lugar, a mulher perde anos acreditando em promessas que nunca se concretizam. Em segundo lugar, sua saúde emocional e física se deteriora diante da pressão constante de cuidar e salvar.

Além disso, a relação se torna desigual: enquanto ela investe tudo, ele oferece pouco ou nada. Essa balança desequilibrada cria ressentimento, solidão e um ciclo de tentativas fracassadas.

Portanto, a grande lição do capítulo é clara: o amor não deve ser prova de resistência ou paciência. Ele deve ser troca verdadeira e respeito mútuo.

Caminhos para quebrar o padrão

Norwood sugere que romper com esse mito exige consciência e novas práticas de vida. Abaixo, algumas formas de iniciar essa mudança:

  • Reflita sobre suas histórias: pergunte-se de onde vem sua crença de que amor exige sofrimento.

  • Identifique sinais de alerta: se você está esperando que o parceiro mude um comportamento destrutivo apenas pelo seu amor, reconheça a armadilha.

  • Busque apoio: grupos terapêuticos ou rodas de mulheres oferecem força para enxergar a realidade com mais clareza.

  • Práticas de autocuidado: rituais simples com ervas como alecrim e lavanda podem simbolizar a escolha por leveza e autocura.

  • Afirmação diária: repita para si mesma: “Eu mereço um amor que já é saudável, não uma promessa de transformação.”

Essas práticas funcionam como lembretes de que a vida não precisa ser um campo de batalha para provar amor.

Por fim, 0 capítulo A Bela e a Fera nos mostra que contos de fadas podem se transformar em prisões emocionais quando levados ao pé da letra. O amor verdadeiro não precisa de sofrimento para florescer. Ao contrário, floresce na liberdade, no respeito e na reciprocidade.

Assim, mulheres que amam demais precisam reconhecer quando estão vivendo a fantasia de transformar uma Fera. A cura começa ao perceber que o verdadeiro príncipe não surge da dor, mas da escolha consciente por relações saudáveis.

No próximo episódio, vamos explorar outro aspecto desafiador: “Quando um Vício Alimenta o Outro”. Um capítulo que revela como dependências emocionais e químicas podem se reforçar mutuamente em relacionamentos.

Até lá, lembre-se: você não precisa dançar com feras. Você pode escolher amores que já são humanos, presentes e reais. 🌱

Se você se identificou com essa dinâmica ou conhece alguém que possa se beneficiar desse insight, incentive a leitura completa de Mulheres que Amam Demais e compartilhe suas reflexões nos comentários.

Fique atenta ao próximo post da nossa série de resenhas.

Vamos juntas ?🌱

 

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