Fingir que Está Bem: Quando a Força Vira Fuga

Fingir que está bem virou quase um reflexo automático. Alguém pergunta, a gente sorri e responde: “tudo certo”! E segue o dia como se a alma não estivesse pedindo socorro. Mas será que essa força constante é mesmo força? Ou é só medo disfarçado?

A armadura da mulher forte

Desde cedo, aprendemos que mostrar dor incomoda e que chorar em público é constrangedor. Ao mesmo tempo que , dizer “não estou bem”, pode afastar pessoas. Eitha lelê! Por isso, muitas de nós vestimos a armadura de pessoa forte, aquela que aguenta tudo, que não reclama, que resolve.

No entanto, essa armadura pesa (núh). E quando ela começa a apertar, o corpo e a alma pedem alívio, de uma forma ou de outra.

A espiritualidade e a responsabilidade emocional

Minha filosofia de vida inclui a espiritualidade e eu acredito que tudo o que acontece comigo é, de alguma forma, responsabilidade minha. Sempre uso o exemplo da casa: Somos uma casa e como toda casa, só entra quem deixamos. Se deixamos sempre a porta aberta, qualquer um entra. Se não colocamos limites qualquer um bagunça e faz o que quiser. Entendo que não sou vítima do mundo, sou autora da minha jornada.

Por outro lado, essa consciência não me impede de sentir. Não me torna imune à dor, à exaustão, à vulnerabilidade. E fingir que estou bem não muda meu estado interno. Só mascara e adia.

A culpa de não estar bem

Em muitos momentos, me sinto culpada por demonstrar que estou péssima. Como se admitir fragilidade fosse uma falha moral e como se a tristeza precisasse de justificativa. Mas a verdade é que vulnerabilidade não é fraqueza. É coragem, presença e verdade.

Brené Brown fala sobre isso com clareza:

“Vulnerabilidade é o berço da inovação, da criatividade e da mudança.”

A diferença entre se vitimizar e se permitir sentir

Confesso: tenho preguiça de quem se coloca como vítima o tempo todo. Sempre tem problemas incontornáveis, vive um martírio eterno e isso já me joga para a projeção das sombras, como formatou, Jung. Logo, entendo que essa “preguiça” é só um espelho da minha própria dificuldade de me permitir vulnerável.

Existe uma diferença entre se vitimizar e se permitir sentir. A primeira paralisa e a segunda liberta. Mostrar que não estou bem não significa que estou me rendendo. Significa que estou me escutando, que estou me respeitando.

Quando paro de fingir, algo muda. A respiração fica mais leve. O corpo relaxa e a alma agradece. Não preciso transformar a dor em espetáculo, mas também não preciso escondê-la como se fosse vergonha. A vulnerabilidade, quando vivida com consciência, se transforma em ponte. Ela conecta, cura e revela.

Entre a força e a verdade, fingir que está bem pode parecer força, mas viver com verdade é mais forte ainda.

Hoje, escolho me permitir sentir. Escolho parar de fingir. Escolho viver com mais presença, mesmo que isso me faça parecer frágil de vez em quando.

Porque a verdadeira força não está em aguentar tudo em silêncio. Está em ter coragem de dizer: “Hoje, eu preciso de pausa.”

Por segundo, é só! Mas essa conversa dá um livro e várias xícaras de chá!

 

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